Indisciplina: uma questão de Inclusão?

Quando pensamos em indisciplina, logo nos vêm à cabeça alunos desinteressados, desatentos, desobedientes e bagunceiros. E os professores querem soluções imediatas para enfrentar esses desafios que surgem na realidade escolar. Paremos para examinar alguns fatores importantes.

Muitos professores quando se deparam com alunos indisciplinados se sentem desestimulados em lecionar, se esquecendo que cada um destes alunos pertence a um meio familiar, social e cultural diferentes.

O próprio meio social em que vivemos é desigual, com preconceitos e discriminações, o que irá refletir na realidade educacional. É importante que o professor saiba atender a diversidade proporcionando aulas que sejam significativas para os alunos, independente de suas condições sociais e econômicas.


Quando surge algum aluno diferente, indisciplinado, é comum o professor pensar que ele apresenta Transtorno de Déficit de Atenção, já o rotulam e o tratam como portador de necessidade educacional especial precisando de tratamento especial.

É importante lembrar que a própria sala de aula deve ser um lugar de inclusão, onde os alunos são merecedores do mesmo tratamento que os demais e suas diferenças precisam ser respeitadas, pois apesar de terem limitações possuem capacidades e potenciais que podem ser valorizados e aprimorados.

Vivemos em uma sociedade em que surgem cada vez mais novas tecnologias e as crianças e adolescentes estão se inserindo cada vez mais nesse mundo moderno o que reflete em suas maneiras de aprender e estudar.

Eles utilizam televisão e Internet várias horas por dia, se habituam a receber várias informações de forma acelerada e o efeito disso é que na sala de aula irão necessitar sempre de novos e potentes estímulos para se interessarem a aprender.

No processo de ensino-aprendizagem o que deve ser valorizado é como se dá a aprendizagem, professores e alunos aprendendo juntos, não em um processo vertical e sim, horizontal. É importante ter um olhar diagnóstico para observar as necessidades individuais dos alunos, compreendê-los e intervir no momento necessário, extraindo o melhor de cada um.

A partir desses fatores uma boa iniciativa para os professores é se conscientizarem em promover uma educação de qualidade para todos sem preconceitos e sem rótulos, auxiliando a desenvolver a capacidade de cada um, respeitando os interesses e níveis de desenvolvimento dos alunos e reconhecendo seus próprios limites, questionando sempre sua prática a fim de adequá-la cada dia mais à diversidade cultural apresentada na sala de aula.

Só assim será possível a verdadeira inclusão, que está na atitude do professor e não no atendimento especial aos que não se enquadram no modelo cultural de aluno que o professor arbitrariamente determina.

Podemos finalizar com belos ensinamentos de Paulo Freire: ensinar exige saber escutar, exige respeito aos saberes do educando, exige aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.


Larissa dos Reis Mota Teixeira
(Estudante de Pedagogia da UFRJ)

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