Problemas de Aprendizagem em Sala de Aula

Dislexia, Déficit de Atenção e Hiperatividade são algumas das principais psicopatologias que se difundiram na sociedade e cada vez mais tem gerado preocupações em pais e professores de como lidar com estes fenômenos no âmbito da escola.

As causas destes problemas vão desde uma configuração orgânica até condições sociais e culturais, mas sobretudo, o que quero deixar claro neste texto é que, independente do problema de aprendizagem em questão e da natureza de suas causas, acredito plenamente que o professor dispõe de recursos para a superação destas dificuldades dentro da própria escola.

Em primeiro lugar, não podemos nos deixar cegar por tais rótulos, nos fixarmos na dificuldade e perder de vista o ser humano inteiro, com toda a sua diversidade, seus potenciais e suas competências.

É preciso ter clareza de que um “transtorno de aprendizagem” é uma forma possível de estar no mundo e não um processo de adoecimento. Entender que o ser humano se constituí nas diferenças, sejam essas biológicas, psíquicas, sociais ou culturais e ter uma atitude que abra espaço para essas diferenças.

Só assim é possível enfrentar os desafios que os desvios nos apresentam, é ressignificar o desvio, utilizando-o como instrumento que indica o caminho a ser percorrido pela escola e não como algo que diz respeito exclusivamente àquele indivíduo.

Independente do transtorno, distúrbio ou dificuldade que a criança ou adolescente apresente a atitude da escola e dos professores devem ser sempre a de inclusão. Para isso é necessário se despir de preconceitos e de rótulos para se relacionar de forma autêntica e igualitária com cada criança ou adolescente.

Mais do que medicamentos e tratamentos terapêuticos o que os alunos precisam é de um ambiente escolar que acolha suas diferenças, que os compreendam e que os valorizem em seus potenciais, mesmo que estes estejam muito aquém da expectativa do professor.

O professor tem em suas mãos, ou melhor em seu olhar, o poder de autorizar ou desautorizar a aprendizagem de uma criança, é preciso que ele se aproxime para conhecer as competências latentes e ocultas e os seus interesses de cada aluno e a partir destes últimos saber motivá-los e semear o prazer pelo aprendizado.

Só então após ter estabelecido este elo de confiança podemos identificar com clareza as dificuldades de cada aluno através de um diagnóstico compreensivo e não estigmatizante. Compreender a dinâmica dos problemas de aprendizagem, seus “porquês” e “comos”.

É preciso lembramos que a dificuldade de aprendizagem se dá em um ser complexo e por isso muitas vezes não adianta apenas intervirmos na causa do problema, pois o que antes era a causa com o passar do tempo vira conseqüência e o que eram as conseqüências viram múltiplas causas que agora são o que realmente sustentam os sintomas.

Se porventura, os pais ou a escola sentirem-se limitados em seus recursos para lidar com as dificuldades de aprendizagem de algum aluno é saudável que peçam auxílio a um psicopedagogo, encaminhando a criança para o atendimento clínico ou ainda contratando a consultoria psicopedagógica que poderá orientar a escola e desenvolver junto aos professores projetos de prevenção de dificuldades de aprendizagem.


Thiago Brum Teixeira
CRP 05/34.080
Psicólogo (PUC-Rio), Psicopedagogo em formação (UERJ) e Mestre em Ensino de Ciências (Fiocruz)

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